sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Quando eu era moleque, assisti a um extraordinário filme francês, estrelado pelo Jean Paul Belmondo. 
Ele fazia o papel de um escritor fracassado que descontava o infortúnio com um personagem que era mais irresistível que 007. Numa cena do filme, ele quer impressionar a mocinha e faz aparecer na janela da casa uma banda de Mariachis.
Sempre me inspirou essa coisa de ter um personagem muito mais legal do que eu. Inteligente. Sacado. Sábio. Capaz de encontrar humor em qualquer coisa. Aquele humor fino. O Morfino. 

O Morfino fala pouco. Gosta de desenhar. De inventar instrumentos musicais, como o petsofone, que é meia garrafa pet de 2 litros encaixada na boca de um saxofone. 

É praticante do humor minimal. Aquele que é subentendido, para quem subentender possa.

Gosta de histórias que envolvam magia, segredos e descobertas. Inventando histórias mágicas a gente cria ilusões inspiradoras, já que tudo são histórias. 

domingo, 3 de agosto de 2014

Morfino é um palhaço silencioso. Fala pouco. Pontua com suas intenções. Com gestos, com mímica. Fala pouco para que possa ser entendido por todo mundo. 
É com o olhar que Morfino diz tudo. Ele olha e mostra. Como se as coisas fossem claras para quem quer enxergar.  
Morfino fala a língua das crianças especialmente. Eles se entendem só com o olhar. Com os adultos, ele fala com suas crianças esquecidas no coração. 
Morfino é um palhaço generoso. Mas nem sempre a sua generosidade vem envolta em mel. Existem socos de amor. Que ele dá muito bem.